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Ereshkigal: A Rainha Soberana da Grande Profundeza

Nas profundezas poeirentas da mitologia mesopotâmica, muito antes dos deuses gregos celebrarem no Olimpo ou dos deuses nórdicos se prepararem para o Ragnarök, reinava uma deidade de poder inquestionável e presença temível: Ereshkigal, a Rainha do Grande Abaixo. O seu nome, que pode ser traduzido como "Rainha do Grande Lugar" ou "Senhora da Vasta Terra", evoca não apenas a morte, mas o domínio absoluto sobre o reino sem retorno, o Kur, a terra da escuridão e do silêncio para onde todas as almas, de reis a servos, eventualmente viajam. Ela não é uma guia gentil como outras deidades psicopompas; é a personificação do luto cru, da raiva da perda e da verdade intransigente dos finais. No panteão sumério, acadiano e babilónico, Ereshkigal é uma força primordial, uma das deidades mais antigas e respeitadas, não por amor, mas por um medo reverencial da sua inevitável soberania.


Este artigo propõe-se a descer aos sete portões do seu reino para desvendar os véus de Ereshkigal. Exploraremos as suas narrativas mitológicas mais significativas — a famosa Descida da sua irmã Inanna ao submundo e o seu encontro apaixonado e violento com o deus Nergal — que revelam as diferentes facetas da sua personalidade complexa. Analisaremos o seu papel não como uma figura do "mal", mas como uma guardiã das leis cósmicas, uma deusa do luto, da raiva e da transformação que ocorre apenas através da rendição total. Investigaremos como era o seu culto na antiguidade e como a sua presença ressoa hoje, especialmente em práticas de trabalho com a sombra, no paganismo contemporâneo e na psicologia arquetípica. Por fim, detalharemos as suas associações — símbolos, animais, cores, pedras e incensos — que nos permitem conectar com o seu poder sombrio, mas profundamente curador, de uma forma respeitosa e consciente.


A Mitologia de Ereshkigal: Contos da Poeira e do Trono de Lápis-lazúli


As histórias de Ereshkigal são poucas, mas extremamente poderosas, pintando um retrato de uma deusa isolada, ferozmente protetora do seu domínio e das suas leis, mas também capaz de profunda dor e paixão.


A Descida de Inanna ao Submundo


O mito mais completo e famoso envolvendo Ereshkigal é a sua confrontação com a sua própria irmã, Inanna (mais tarde conhecida como Ishtar), a Rainha dos Céus, deusa do amor, da fertilidade e da guerra. O poema sumério começa com Inanna, no auge do seu poder, a decidir descer a Kur, o reino de Ereshkigal. As suas motivações são ambíguas: o texto diz que ela "abriu o seu ouvido para o Grande Abaixo", talvez por curiosidade, ambição de estender o seu poder ou para comparecer aos ritos fúnebres do marido de Ereshkigal, Gugalanna, o Touro do Céu (que, em algumas interpretações, ela mesma ajudou a matar).


Sabendo do perigo, Inanna prepara-se meticulosamente. Veste os seus sete atributos divinos: a sua coroa, brincos, colar de contas, peitoral, cinto, pulseiras e o seu manto real. Antes de partir, instrui a sua fiel vizir, Ninshubur, sobre o que fazer se ela não regressar em três dias: lamentar por ela publicamente e depois pedir ajuda aos deuses Enlil, Nanna e, por último, ao sábio Enki.


Inanna chega ao primeiro dos sete portões do submundo e exige entrada. Neti, o porteiro-chefe de Ereshkigal, questiona-a e vai informar a sua rainha. Ereshkigal, ao saber da chegada da sua irmã radiante e poderosa, fica furiosa. Ela vê a visita como uma afronta, uma tentativa de conquista. Ela ordena a Neti que permita a entrada de Inanna, mas que a faça seguir as leis de Kur: em cada um dos sete portões, um dos seus paramentos divinos deve ser removido.


Assim, a descida de Inanna torna-se um despojamento ritualístico. No primeiro portão, a sua coroa é retirada; no segundo, os seus brincos; e assim por diante, até que ela chega ao sétimo portão e o seu manto, o seu último vestígio de identidade e poder, lhe é tirado. Nua e curvada, Inanna é levada à sala do trono. Lá, Ereshkigal senta-se no seu trono de lápis-lazúli, imponente e terrível. Os Anunnaki, os sete juízes do submundo, proferem o seu julgamento contra Inanna. Então, Ereshkigal fixa em Inanna o seu olhar da morte, profere contra ela a palavra da ira, e Inanna transforma-se num cadáver, pendurado num gancho na parede.


A Descida e o Despojamento de Inanna
A Descida e o Despojamento de Inanna

Após três dias e três noites, Ninshubur segue as instruções de Inanna. Enlil e Nanna recusam-se a ajudar, argumentando que quem entra em Kur deve seguir as suas leis. Mas Enki, o deus da sabedoria e da magia, compadece-se. Ele retira sujidade de debaixo das suas unhas e cria dois seres assexuados, o kurgarra e o galatur. Ele dá-lhes a erva e a água da vida e envia-os ao submundo com instruções precisas.


As criaturas entram em Kur sem serem molestadas e encontram Ereshkigal em profundo sofrimento, gemendo "Oh, meu interior! Oh, meu exterior!", possivelmente em dores de parto ou num luto agonizante. As criaturas de Enki não oferecem soluções nem piedade superficial; em vez disso, elas espelham a sua dor, gemendo em empatia com ela. Surpreendida e tocada por este ato de compaixão genuína, Ereshkigal para de sofrer e oferece um presente aos seus estranhos convidados. Eles recusam rios de água e campos de grãos, pedindo apenas o cadáver de Inanna pendurado no gancho. Ereshkigal concorda. Eles aspergem o corpo com a erva e a água da vida, e Inanna revive.


No entanto, ninguém pode deixar o submundo sem que um substituto tome o seu lugar. Quando Inanna ascende, é acompanhada por demónios de Kur, os galla, que têm a tarefa de garantir que ela encontre um substituto. Após rejeitar Ninshubur e outros deuses leais que estavam de luto por ela, Inanna encontra o seu marido, o pastor-rei Dumuzid, vestido em trajes esplêndidos e a festejar no seu trono, sem mostrar sinais de luto. Furiosa com a sua traição, Inanna entrega-o aos demónios. E assim, Dumuzid é arrastado para o submundo para tomar o lugar de Inanna.


Nergal e Ereshkigal: A Conquista do Submundo pelo Amor


Se a Descida de Inanna mostra Ereshkigal como a rainha implacável e sofredora, um segundo mito revela o seu lado apaixonado e a sua capacidade de partilhar o poder. A história existe em várias versões, mas o núcleo permanece o mesmo.

Os deuses do céu estão a realizar um banquete, mas Ereshkigal, soberana do seu reino isolado, não pode subir para participar. Ela envia o seu vizir, Namtar, para a representar e recolher a sua porção de comida. Todos os deuses se levantam e se curvam perante Namtar em respeito à sua rainha, exceto um: Nergal, o deus da guerra e da praga.

Quando Namtar regressa e relata a afronta, Ereshkigal fica enfurecida com o desrespeito. Ela exige que Nergal seja enviado ao submundo para ser executado. O sábio deus Ea (a versão acadiana de Enki) intervém para ajudar Nergal. Ele aconselha Nergal a construir uma cadeira mágica e adverte-o sobre os perigos de Kur: não deve aceitar comida, bebida, banho ou sentar-se. Mais importante, por mais tentadora que Ereshkigal seja, ele não deve ceder à paixão e deitar-se com ela.


Nergal desce, mas o seu comportamento é imprevisível. Numa versão, ele ignora os conselhos de Ea, cede à atração mútua e deita-se com Ereshkigal. Noutra versão, mais dramática, ele segue os conselhos, mas quando chega à sala do trono, em vez de se apresentar para a execução, ele arrasta Ereshkigal do seu trono pelos cabelos, com a intenção de a decapitar. Em desespero, ela implora pela sua vida, chorando e oferecendo-lhe tudo: "Não me mates, meu irmão! Deixa-me dizer-te uma palavra... Sê tu o meu marido e serei eu a tua esposa. Deixar-te-ei ter o domínio sobre a Vasta Terra. Porei a tábua da sabedoria na tua mão. Serás tu o senhor, serei eu a senhora."

Surpreendido pela sua oferta e talvez movido por uma paixão súbita, Nergal cede. Ele larga a sua arma, beija-a e eles fazem amor apaixonadamente por seis (ou sete) dias. Após este tempo, Nergal escapa do submundo para regressar aos céus, deixando uma Ereshkigal devastada e a chorar pela sua ausência. Ela envia Namtar para o procurar, e eventualmente Nergal regressa a Kur, desta vez para ficar. Ele torna-se o seu consorte e co-governante, o rei do submundo ao lado da sua rainha.


A Fúria e a Paixão de Nergal e Ereshkigal
A Fúria e a Paixão de Nergal e Ereshkigal

Interpretações e Arquétipos: A Sabedoria da Escuridão


Ereshkigal é muito mais do que uma simples "deusa da morte". Ela encarna arquétipos profundos e necessários, embora desconfortáveis.


  • A Soberana Inquestionável: No seu reino, a sua palavra é lei. Ela não se curva a ninguém. A sua autoridade é absoluta e representa a soberania sobre os aspetos da vida que não podemos controlar: o fim, a perda, o luto.

  • A Personificação do Luto e da Raiva: Os seus gemidos na "Descida de Inanna" não são de fraqueza, mas de uma dor cósmica. Ela é a dor da perda, a raiva que sentimos perante a morte. O mito com Nergal mostra a sua fúria perante o desrespeito. Ela ensina que estas emoções "sombrias" são válidas, poderosas e parte da experiência de viver.

  • A Guardiã da Sombra: O seu reino, Kur, pode ser visto como uma metáfora para o inconsciente, o "eu sombra" junguiano. A descida de Inanna é a jornada da alma para confrontar essa sombra, despojando-se do ego (as roupas e joias) para enfrentar a verdade nua e crua de quem somos. Ereshkigal é a guardiã que força essa confrontação.

  • A Transformação Através da Rendição: Ninguém sai do reino de Ereshkigal da mesma forma que entrou. A transformação que ela oferece não é suave; é uma morte simbólica. Inanna só renasce depois de ser completamente aniquilada. Ereshkigal ensina que a verdadeira mudança muitas vezes requer que se chegue ao fundo do poço, que se renda e se desfaça do velho eu antes que um novo possa emergir.

  • A Solidão do Poder: Ereshkigal é uma figura profundamente solitária. O seu anseio por Nergal revela um desejo de conexão, mas um que só pode ser satisfeito por um igual que não teme o seu poder nem o seu reino.


O Culto Antigo: Respeito e Apaziguamento


Diferente de deusas como Inanna, Ereshkigal não era tipicamente uma deidade a quem se rezava por bênçãos como boas colheitas ou fertilidade. O seu culto era baseado no respeito, no apaziguamento e na necessidade.


  • Culto Funerário: Ela era a principal deidade invocada em rituais funerários. As pessoas faziam oferendas e libações para garantir que os seus entes queridos tivessem uma passagem segura para o submundo e para apaziguar Ereshkigal, para que ela tratasse os mortos com um mínimo de dignidade.

  • Centros de Culto: O seu principal centro de culto era a cidade de Kutha (ou Cuthah) na Babilónia. Os templos dedicados a ela eram provavelmente lugares sombrios e solenes.

  • Magia e Exorcismo: Em encantamentos e rituais de exorcismo, o seu nome era por vezes invocado para comandar os espíritos dos mortos ou para afastar demónios que tivessem escapado do submundo.

  • Medo Reverencial: A atitude geral para com Ereshkigal era de temor. Ela representava um final inevitável e um reino do qual ninguém regressava. O seu poder era absoluto e incontornável, uma parte fundamental da ordem cósmica mesopotâmica.


Relevância Moderna: A Rainha do Trabalho com a Sombra


Nos caminhos pagãos e esotéricos contemporâneos, Ereshkigal experimentou um ressurgimento como uma figura poderosa, embora desafiadora, para o trabalho espiritual profundo.


  • Deusa do Trabalho com a Sombra: Ereshkigal é vista como a patrona por excelência do trabalho com a sombra (shadow work). Ela não nos guia gentilmente; ela exige que enfrentemos as nossas partes reprimidas, os nossos medos, traumas e raiva. A meditação e o trabalho ritual com ela focam-se na auto-confrontação e na integração.

  • Guia no Luto e na Perda: Para aqueles que atravessam períodos de luto profundo, depressão ou perda devastadora, Ereshkigal oferece uma presença que não tenta "consertar" a dor, mas que a personifica e a valida. Ela ensina que é necessário e curativo habitar a escuridão do luto, em vez de a evitar.

  • Símbolo da Resiliência no "Fundo do Poço": A sua história ensina que há um poder imenso a ser encontrado nos nossos pontos mais baixos. É na escuridão total, despojados de tudo, que encontramos a nossa força mais primordial e a semente para o renascimento.

  • Uma Deidade de Respeito, Não de Petição: Praticantes modernos enfatizam que Ereshkigal não é uma deusa a quem se pede favores mundanos. A interação com ela é baseada no mais profundo respeito, na honestidade brutal e na vontade de se transformar através do fogo da provação.


Associações Mágicas e Naturais de Ereshkigal


As associações de Ereshkigal derivam da sua mitologia e do seu domínio. Muitas são interpretações modernas baseadas na função, uma vez que as fontes antigas são limitadas.


Símbolos:


  • Portões: Os sete portões do seu reino, simbolizando os estágios da descida, do despojamento e da iniciação.

  • Trono de Lápis-lazúli: Símbolo da sua soberania inabalável e da riqueza mineral da terra profunda.

  • Gancho: O gancho onde Inanna foi pendurada, simbolizando a morte, a suspensão e a rendição total.

  • Pó e Argila: A essência do submundo mesopotâmico, onde os mortos "comiam pó e viviam na escuridão". Simboliza o retorno à terra, a mortalidade.

  • Leão: Um símbolo de realeza e poder feroz na Mesopotâmia, frequentemente associado a deidades poderosas, incluindo as do submundo.


Animais:


  • Leão: Como mencionado, um símbolo de poder e soberania temível.

  • Coruja/Mocho: Associados à noite, à escuridão e à sabedoria oculta. Embora mais ligados a figuras como Lilith, a sua conexão com a noite torna-os apropriados.

  • Serpente: Um animal ctónico universal, ligado à terra, à morte, ao renascimento e à sabedoria oculta.


Cores:


  • Preto: A cor da escuridão, do vazio, do desconhecido, do luto.

  • Azul Profundo/Lápis-lazúli: A cor do seu trono, representa a sua realeza sombria e a riqueza oculta nas profundezas.

  • Vermelho Escuro/Ocre: A cor do sangue e da argila, simbolizando a vida e a morte, o retorno à terra.


Pedras e Cristais:


  • Lápis-lazúli: A pedra mais historicamente associada a ela. Representa a sua realeza, a sabedoria e o céu noturno contido na terra.

  • Obsidiana: Vidro vulcânico preto, usado para scrying, trabalho com a sombra e para cortar ilusões.

  • Ónix Preto: Pedra de proteção, aterramento e para enfrentar medos.

  • Azeviche (Jet): Material orgânico fossilizado, profundamente ligado à terra, ao luto e à absorção de negatividade.

  • Hematita: Para aterramento, proteção e para nos conectar com o núcleo da Terra.


Ervas e Plantas:


(Muitas destas são associações modernas baseadas na simbologia, pois as fontes antigas são escassas.)


  • Cipreste: Uma árvore classicamente associada a cemitérios, luto e ao submundo em muitas culturas.

  • Teixo: Outra árvore da morte e do renascimento, sagrada em muitas tradições europeias e apropriada para a sua energia.

  • Mirra: Uma resina usada em ritos funerários e de embalsamamento, com um aroma terroso e amargo.

  • Romã: Embora mais famosa no mito de Perséfone, o seu simbolismo de morte e fertilidade no submundo é sincreticamente aplicável.

  • Raízes (ex: raiz de valeriana, raiz de mandrágora): Tudo o que cresce debaixo da terra, conectando com o seu domínio.


Incensos:


  • Mirra: O incenso por excelência para honrar os mortos, o luto e as deidades ctónicas.

  • Cipreste: O seu aroma resinoso e sombrio é perfeito para criar uma atmosfera de submundo.

  • Storax (Estoraque): Um incenso de base pesada, terroso, frequentemente usado para trabalho com o submundo.

  • Patchouli: Aroma terroso e profundo que ajuda no aterramento e na introspeção.


Práticas Devocionais e Rituais Modernos


Abordar Ereshkigal requer seriedade, respeito e uma intenção clara.


  1. Construir um Altar: O altar deve ser simples e escuro. Use um pano preto ou azul-escuro. Inclua símbolos como uma pedra de lápis-lazúli ou obsidiana, um pequeno portão simbólico, uma imagem de um leão ou uma coruja. Evite desordem.

  2. Ritual de Luto: Se estiver a passar por um luto, crie um espaço seguro para sentir a sua dor sem julgamento. Acenda uma vela preta e queime incenso de mirra. Fale em voz alta sobre a sua perda, a sua raiva, a sua tristeza. Peça a Ereshkigal não que remova a dor, mas que lhe dê força para a atravessar.

  3. Trabalho com a Sombra (Shadow Work): Use um espelho de obsidiana ou um diário para confrontar aspetos de si mesmo que rejeita. Antes de começar, peça a Ereshkigal, como guardiã da verdade nua, para lhe dar coragem para não desviar o olhar.

  4. Meditação da Descida: Visualize-se a descer escadas ou a passar por sete portões. Em cada portão, liberte conscientemente algo a que se agarra (uma crença, um medo, uma identidade). O objetivo não é alcançar a iluminação, mas sim o silêncio e o vazio no centro, para descansar e depois regressar renovado.

  5. Oferendas: As oferendas a Ereshkigal devem ser dadas sem esperar nada em troca. Libações de água escura (como chá de hibisco ou mesmo água pura derramada no chão), cerveja escura, pedras como lápis-lazúli, ou o ato de cuidar de um túmulo ou honrar os antepassados são apropriados.


Um Altar Moderno para Ereshkigal
Um Altar Moderno para Ereshkigal

Conclusão: A Beleza Terrível da Verdade Final


Ereshkigal não é uma deusa de conforto fácil. Ela não oferece a promessa de um paraíso nem a esperança de reencarnação. Ela oferece algo mais brutal e, talvez, mais essencial: a verdade. A verdade de que todas as coisas terminam, de que a perda dói, de que a raiva e o luto são emoções válidas e de que a escuridão não é vazia, mas cheia de poder e sabedoria para aqueles que ousam entrar nela despidos do seu ego.


Na sua fúria, encontramos a validação da nossa própria raiva perante a injustiça da perda. No seu sofrimento, encontramos um espelho para o nosso próprio luto, permitindo-nos senti-lo plenamente. Na sua soberania, encontramos a aceitação do inevitável. A jornada ao reino de Ereshkigal é a jornada ao nosso núcleo mais profundo, um lugar para além das máscaras e das pretensões. É uma jornada assustadora, sim, mas da qual podemos emergir mais autênticos, mais resilientes e com uma compreensão mais profunda dos ciclos da vida e da morte. Ao honrar Ereshkigal, não celebramos a morte, mas sim a imensa e terrível beleza da verdade final, e o poder que advém de a olhar diretamente nos olhos.

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